novo cruze 2017

TESTE: CHEVROLET CRUZE LTZ PLUS 1.4 TURBO

Versão topo de gama sai por R$ 107.450, mas oferece em troca um bom pacote de itens e belo desempenho



Resultado de imagem para novo cruze 2017 ficha tecnica



Chevrolet Cruze sempre esteve na cola dos líderes Honda Civic e Toyota Corolla. A segunda geração quer ir além disso e mira o segundo ou até o primeiro lugar do segmento. A pretensão é sustentada em argumentos como o preço. Embora seja mais caro que o antecessor, o novo Cruze LT começa em R$ 89.990, valor abaixo dos R$ 91.450 pedidos pelo Toyota Corolla XEi.  O LTZ sai por R$ 96.990 e o LTZ Plus testado fecha a conta em R$ 107.450, somente um pouco acima dos japoneses mais caros.

Ostentar um custo-benefício chamativo em relação aos líderes do segmento é uma arma e tanto. Entretanto o novo Civic chegará até agosto e o Cruze tem que contar com mais do que preço para enfrentá-lo. Para começar, o sedã da Chevrolet aposta em motor 1.4 turbo, capaz de render 150/153 cv de potência e 24/24,5 kgfm a 2.000 rpm, face os 140/144 cv e 17,8/18,9 kgfm a 3.800 rpm do anterior. O motor sempre é associado ao câmbio automático de seis marchas de nova geração, com opção de trocas sequenciais por toques na alavanca. O manual já não fazia parte da oferta do Cruze antigo, embora o novo tenha essa opção na Argentina. Nem mesmo o Cruze hatch será manual, as caixas automáticas tornaram-se obrigatórias nessa faixa de preço.   



Resultado de imagem para novo cruze 2017 ficha tecnica



Impressões ao dirigir

O primeiro contato com o Cruze foi no campo de provas de Cruz Alta, megainstalação de testes que a General Motors mantém em Indaiatuba, interior de São Paulo. Ao chegar, nos deparamos com um Audi A3 Sedan e dois Toyota Corolla Altis. Não havíamos errado o endereço, foi uma maneira da GM mostrar que o Cruze seria capaz não apenas de enfrentar seu concorrente mais natural, como também de encarar o segmento premium de acesso.
Não foi uma simples bravata. O Audi feito em São José dos Pinhais (PR) parte de R$ 106.990, mesma faixa do Cruze LTZ Plus, e há vários outros pontos em comum, tais como o motor 1.4 turbo (são 150 cv e 25,5 kgfm a 1.500 rpm no A3), o câmbio automático de seis marchas e o uso de suspensão traseira por eixo de torção. O resultado final provou que o Chevrolet tornou-se mais refinado não apenas em mecânica e itens, como também em construção. Além de mais espaçosa e equilibrada, a estrutura adotou aços especiais para emagrecer, incluindo de ultra-alta resistência estampados a quente nas colunas A, B e assoalho.


Mesmo com seis centímetros a mais no comprimento, são 100 kg a menos e rigidez a torção 25% melhor. Capaz de entregar mais resistência com menos material na coluna A, o aço boro permitiu ampliar em 11% a visibilidade frontal. Afora isso, a distribuição de peso apostou em truques de BMW, tal como colocar a bateria na traseira, e chegou a bons 51% de peso na frente e 49% atrás.

É como se tivessem retirado um peso das costas do Cruze. O novo sedã arrancou de zero a 100 km/h em 8,8 segundos, muito à frente dos 11,2 s exigidos pelo antigo modelo 1.8 e apenas 0,2 s atrás dos 8,6 s obtidos pelo A3 Sedan. Na disputa dos sedãs médios turbinados, o Citroën C4 Lounge THP flex faz o mesmo em 8,7 s, mas a marca do Cruze é suficiente para vencer os 9,1 s marcados pelo Jetta 1.4 TSI. Somente o Jetta 2.0 TSI dá um banho em todos eles, com zero a 100 km/h em 7,2 s.

Para encher rápido, o motor conta com comando de válvulas variável em abertura e fechamento, injeção direta, capaz de eliminar também o tanquinho de partida a frio graças à pressão de 200 bar, sem falar no turbo com pressão média de 0,9 bar – com pico de até 1,2 bar. O resultado é um platô quase plano de torque máximo, que vai dos 2.000 a 5.000 giros, o que ajuda muito na elasticidade. Foram apenas 4,8 segundos na retomada de 60 a 100 km/h, 2,1 segundos a menos que o Cruze 1.8.

Apenas a frenagem mostrou-se pior. Foram 26,9 m para estancar vindo a 80 km/h, o antigo fez o mesmo em 25,5 m, em que pese o fato dos velhos pneus serem mais largos (225/50 R17 contra 215/50 R17 do novo). De qualquer forma, é uma marca elogiável.
Mesmo com direção ultramacia, o Cruze fica na mão graças à dianteira leve e fácil de apontar. Pudemos abusar um pouco nas curvas inclinadas do circuito. Mas lembre-se da sua vocação: o banco até conta com ajuste elétrico, porém as abas tímidas deixam seu corpo escorregar. Ele está mais para Corolla nesse ponto.

Resultado de imagem para novo cruze 2017 ficha tecnica


Pode-se até pensar que o Cruze é um carro carnal para pilotos de fuga. Mas ele é todo a respeito da suavidade. Se você buscar pelo tato por borboletas atrás do volante, encontrará os controles do som. É um toque coerente. Os botões frontais estilo videogame já têm muitas funções para se ocupar em um carro que coloca a conectividade em um altar. A verdade é que você nem é corrompido a usar o modo sequencial da nova caixa GF6. As passagens são imperceptíveis como a variação de polias de um CVT e as trocas fogem da faixa vermelha. É uma forma de economizar e administrar a vantagem da boa relação torque/peso.

Falando em eficiência, dessa vez a General Motors não hesitou em inserir o Cruze no Conpet Inmetro, o programa brasileiro de etiquetagem veicular. Pudera, o conjunto tem pneus verdes 16% menos resistentes ao rolamento e até start/stop de série. De acordo com o Inmetro, foram 7,6 km/l de etanol na cidade e 9,6 km/l na estrada. O antigo chegou à média de apenas 7,3 km/l de etanol no nosso circuito de testes. Por sua vez, o consumo com gasolina empolga mais, 11,2 km/l urbano e 14 km/l rodoviário. Como o lançamento foi restrito ao campo de provas, não foi possível colocar os números oficiais à prova no dia a dia.

Na pista D1 do campo de provas de Cruz Alta, passamos sem trincar dentes por superfícies detonadas, tão bem quanto no Toyota e melhor que no velho Cruze, também disponível. Em comparação ao A3, a opção pelo conforto fica ainda mais clara. Nas retas, foi a vez do isolamento mostrar serviço. A GM diz que o carro está 13% mais silencioso. A 120 km/h a 2.000 RPM, mal se ouve ruído externo, no que ajuda o coeficiente de penetração de 0,30. Não chega a ser revolucionário para um três volumes de nova geração, o Vectra de 1996 chegava a 0,28, mas ajuda a aquietar as coisas no interior.

Custo-benefício

Mesmo o Cruze LT vem com ar-condicionado digital, direção elétrica ajustável em altura e profundidade, On Star, MyLink, câmera de ré, navegador, além de airbags laterais dianteiros, sensor de estacionamento traseiro e controles de estabilidade e de tração. Aos itens do LT, o LTZ soma leds diurnos, sensores de estacionamento frontais, bancos de couro na cor cinza, retrovisores rebatíveis, abertura sem chave, partida remota, sensor de luz e chuva, computador de bordo com tela de alta definição colorida, airbags laterais de cortina e GPS.

O LTZ Plus testado traz um pack tecnológico pensado na segurança ativa. O pacote traz alerta de colisão dianteiro, assistente de faixa, indicador de distância do veículo à frente, assistente de baliza automática, sensor de ponto cego, além de mimos como carregador de celular por indução e banco do motorista elétrico. Sentimos falta de alguns itens oferecidos por rivais, tais como ar-condicionado duas zonas, teto solar e faróis de xenônio, disponíveis no Ford Focus Fastback Titanium Plus de R$ 104.590.

Resultado de imagem para novo cruze 2017 ficha tecnica

Comentários

Postagens mais visitadas